Doces tradicionais da Madeira


Mel de Cana de Açúcar 


Produto xaroposo, com cheiro e sabor muito generis, obtido a partir do sumo de cana sacarina, de cor castanho-escuro, sendo normalmente comercializado em frascos de vidro. Resulta da clarificação, depuração (por filtração) e concentração de guarapa (sumo de cana) resultante da espremedura de cana sacarina, em que parte da sacarose é invertida, para dar origem a um produto de alta solubilidade em açúcares, estável e consequentemente livre de cristalização. Trata-se de um produto de alta pureza obtido por concentração directa em caldeira de vácuo, sem remoção de açúcar, até aos 38,5 º Baumé.
Muito utilizado na doçaria tradicional madeirense, é um ingrediente imprescindível na feitura dos bolos e biscoitos característicos da região.



Bolo de Mel


O Bolo de Mel é o mais famoso e antigo na doçaria madeirense, tendo surgido nos tempos áureos da produção de açúcar. No entanto, os entendidos não se põem de acordo quanto à sua origem: para uns, é fruto da chegada das especiarias depois de descoberto o caminho marítimo para a Índia, para outros é filho da secular presença inglesa na ilha, mais não sendo do que uma adaptação do tradicional pudim de Natal das ilhas britânicas.
Independentemente da origem mais acertada, a tradição secular e que ainda hoje vigora, manda que o Bolo de Mel seja preparado no dia 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, para estar bom no Natal, festa de que este bolo faz parte integrante. É neste dia que começam os preparativos natalícios e se partem os últimos bolos que restaram da fornada do ano anterior, uma vez que eles podem conservar-se durante um ano.
De forma redonda e achatada, o Bolo de Mel é, como o próprio nome indica, confeccionado à base de mel de cana e coberto de nozes.


Broas de Mel

As deliciosas e apetitosas broas de mel, é um dos tradicionais doces da Madeira são de comer e chorar por mais sao preparadas à base de farinha, açúcar, mel de cana seleccionado, manteiga, ovos, soda e raspa de limão.


Rebuçados de Funcho


Rebuçados de aspecto artesanal, cilíndricos, de tamanho variável (1 a 2 cm), de cor amarelo-alaranjada, translúcidos e com sabor a funcho. São comercializados em pequenos sacos de plástico, não sendo embrulhados individualmente. Com o açúcar, a água e a essência de funcho obtém-se, por aquecimento, o ponto de bola dura. Depois da massa arrefecer, moldam-se pequenos charutos que são cortados, com uma faca afiada, em pequenos cilindros. Estes são depois envolvidos em açúcar fino, a evitar que se “colem” uns com os outros.
Os rebuçados de funcho são uma guloseima que pode ser comida a qualquer hora do dia. Por possuírem funcho, são utilizadas como calmantes para a tosse. Uma outra variante é os rebuçados de eucalipto, de cor verde, em que a essência de funcho é substituída pela essência de eucalipto.
O funcho (Foeniculum vulgare) é uma planta aromática cultivada, encontrando-se também em modo espontâneo. Noutros tempos, aquando da descoberta da Ilha, as referências bibliográficas apontavam para a sua abundância, resultando no nome “Funchal”.
Os rebuçados de funcho bem como os rebuçados de eucalipto tornaram-se em produtos típicos procurados por nacionais e estrangeiros.